Na minha juventude antes de ter saído
da
casa de meus pais disposto a viajar
eu
conhecia já o rebentar do mar
das
páginas dos livros que já tinha lido
Chegava
o mês de maio era tudo florido
o
rolo das manhãs punha-se a circular
e
era só ouvir o sonhador falar
da
vida como se ela houvesse acontecido
E
tudo se passava numa outra vida
e
havia para as coisas sempre uma saída
Quando
foi isso? Eu próprio não o sei dizer
Só
sei que tinha o poder duma criança
entre
as coisas e mim havia vizinhança
e
tudo era possível era só querer
[Vídeo:
texto e imagens - Ruy Belo | voz - Elisabete Caramelo | Lisboa : Fundação
Calouste Gulbenkian, 2011]
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