31 janeiro 2013

Desenho da Onda | Ivo Machado


Era uma pequena onda
— acredita

Aproximando-se, multiplicava-se. A mais alva
que a rocha beijou, um rosto desenhou
— o teu.

30 janeiro 2013

Palavras Ilustradas | José Vaz


José Vaz nas Palavras Ilustradas | Apresentação do livro "Celestino, o rato da biblioteca", de José Vaz, com ilustrações de Elsa Navarro, na Escola EB 2,3 Dr Carlos Pinto Ferreira, Junqueira - Vila do Conde | Organização de Emília Miranda, acompanhamento musical de Joaquim Bento e ilustração de José Miranda


29 janeiro 2013

Projeto 80 | Associativismo e Sustentabilidade Ambiental




És estudante do ensino básico ou secundário? Fazes parte de uma Associação de Estudantes? Preocupas-te com o desenvolvimento sustentável e o ambiente? Se disseste que sim a estas questões é porque este projeto é para ti! 

O Projeto 80 é um programa, de âmbito nacional, de dinamização do movimento associativo nas Escolas que procura promover a educação para a sustentabilidade, empreendedorismo e cidadania democrática. Podem candidatar-se ao Projeto 80 as Associações de Estudantes do Ensino Básico e do Ensino Secundário que desenvolvam um ou mais projetos de sustentabilidade ambiental, nomeadamente, projetos que promovam a gestão eficiente de recursos, a diminuição da pegada carbónica e hídrica, a biodiversidade, o empreendedorismo, a economia verde e a inovação social, bem como o voluntariado ou outras formas de cidadania e participação pública. www.projeto80.pt |No  Facebook



Prémio Manuel António Pina | Editora Tcharan


O "Prémio Manuel António Pina de Literatura para a Infância" é uma iniciativa da Editora Tcharan que tem como objectivo homenagear anualmente o escritor pelo seu grande contributo na valorização e promoção da literatura infantil. O prazo de candidatura decorre de 1 de Janeiro a 31 de Março | Para informações de regulamento e inscrições aceda até www.tcharan.pt

24 janeiro 2013

Sete Mares | Sétima Legião



Sétima Legião | Sete Mares

Tem mil anos uma história
De viver a navegar
Há mil anos de memórias a contar
Ai, cidade à beira-mar
Azul

Se os mares são só sete
Há mais terra do que mar...
Voltarei, amor, com a força da maré
Ai, cidade à beira-mar
Ao sul

Hoje
Num vento do norte
Fogo de outra sorte
Sigo para o sul
Sete mares

Foram tantas as tormentas
Que tivemos de enfrentar...
Chegarei, amor, na volta da maré
Ai, troquei-te por um mar
Ao sul

Hoje
Num vento do norte
Fogo de outra sorte
Sigo para o sul
Sete mares

RBE | Rede de Bibliotecas Escolares


RBE | Rede de Bibliotecas Escolares | www.rbe.min-edu.pt

Ao negro mar ressoante…




Ao negro mar ressoante possas tu chegar.
Possas chegar e três vezes abrir a porta negra.
Ao ressoante mar amarelo possas tu chegar.
Pela tempestade amarela que sopra possas tu chegar.
Possas chegar montado num cavalo amarelo.
Empunhando um dardo amarelo possas tu chegar.
Possas chegar ao ressoante mar vermelho.
Pela tempestade vermelha que sopra possas tu chegar.
Possas chegar com as mãos cheias de preciosas pedras vermelhas.
Vestido de bárbaros couros vermelhos possas tu chegar.

Poema tradicional uigure [Ásia Central]
Versão portuguesa de Herberto Helder

17 janeiro 2013

O céu, a terra, o vento sossegado… | Luís Vaz de Camões




O céu, a terra, o vento sossegado…
As ondas, que se estendem pela areia…
Os peixes, que no mar o sono enfreia…
O nocturno silêncio repousado…

O pescador Aónio, que, deitado
onde co vento a água se meneia,
chorando, o nome amado em vão nomeia,
que não pode ser mais que nomeado:

— Ondas (dezia), antes que amor me mate
torna-me a minha Ninfa, que tão cedo
me fizestes à morte estar sujeita.

Ninguém lhe fala; o mar de longe bate,
move-se brandamente o arvoredo;
leva-lhe o vento a voz, que ao vento deita.


Diferencias sobre las Folías | Antonio Martín y Coll




Antonio Martín y Coll [ca. 1680 - 1734] | Diferencias sobre las Folías | Intérpretes : Jordi Savall - viola de gamba ; Rolf Lislevand - guitarra barroca ; Arianna Savall - harpa ; Pedro Estevan - pandeireta ; Adela González-Campa - castanholas | Local e data de gravação : Igreja de Plouaret [Côtes d'Armor, Bretanha, França], 13 de Outubro de 2002 , por ocasião do Festival de Música Antiga de Lanvellec | Vídeo : Mezzo TV.

Naufrágio do "Veronese" | Biblioteca Municipal Rocha Peixoto


Naufrágio do "Veronese" | Naufrágio do transatlântico "Veronese" perto da praia da Boa Nova, Leça da Palmeira, Matosinhos | 1.º Centenário, 16 Janeiro de 1913 - 16 de Janeiro de 2013 | Mostra documental na Biblioteca Municipal Rocha Peixoto, Póvoa de Varzim, de 16 a 31 de Janeiro.





O NAUFRÁGIO DO "VERONESE" | Cinemateca Digital | Companhia produtora: Invicta Film [1917-1931] | Portugal, 1913 | Género: documentário | Duração: 00:05:24, 16 fps | Formato: 35 mm, cor, sem som | Proporção de tela [AR, aspect ratio]: 1:1,33 | URL: http://www.cinemateca.pt/Cinemateca-Digital/Ficha.aspx?obraid=2637&type=Video

10 janeiro 2013

Cantares dos Búzios | Afonso Lopes Vieira




Ai ondas do mar, ai ondas,
ó jardins das alvas flores,
sobre vós, ondas, ai ondas,
suspiram os meus amores.

No fundo dos búzios canta
o mar que chora a cantar
ó mar que choras cantando,
eu canto e estou a chorar!

Ai ondas do mar, ai ondas,
eu bem vos quero lembrar:
«a minha alma é só de Deus
e o meu corpo da água do mar!»



Varazim Teatro | Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente | Auditório Municipal da Póvoa de Varzim, 19 de Janeiro de 2013 |  Encenação e interpretação Eduardo Faria, Joana Soares | Música original Paulo Lemos | Cenário e figurinos Joana Soares |  blogs.varazimteatro.org

Nota: de 14 a 18 de Janeiro serão apresentadas duas sessões diárias para grupos escolares, se é professor e se tem interesse em levar os seus alunos, contacte-nos através dos telefones 916439009 ou 912420129, ainda há alguns horários disponíveis.

Representado pela primeira vez em 1517, esta obra, paradigmática do pai do Teatro em Portugal, retrata através de um desfile de personagens-tipo, a sociedade do século XVI, com questões que ainda são de grande pertinência nos dias de hoje.
As personagens apresentam-se diante de duas figuras alegóricas o Anjo e o Diabo, cada um comandando a sua barca, a da Glória e a do Inferno. Os personagens esforçam-se para provar que merecem embarcar na barca do anjo, mas só alguns conseguem a dita salvação.
A corrupção, a mentira, a arrogância, a prepotência, a ganância e a avareza, por exemplo, são postas à prova na frente do espetador, que também exerce o papel de juiz. Exaltando virtudes como a simplicidade, a honestidade e a fé. A obra foi encenada através dos tempos e tem valor universal.
Mantendo a estrutura do Auto e adaptando-o para uma linguagem atual, o Varazim Teatro propõe um espetáculo em que o jogo dramático é realizado a partir da interação com o público. Pelo espetáculo passarão os personagens, com os seus objectos simbólicos e com as suas características bem marcadas. Prometendo diversão, aliada à aprendizagem e contacto com a obra deste grandioso autor português.
Ficha Técnica: produção: Varazim Teatro, encenação e interpretação: Eduardo Faria e Joana Soares, música original: Paulo Lemos, cenário e figurinos: Joana Soares, vozes: Joana de Sousa, Lídia Almeida, coro dos cavaleiros: António Rebelo, Estêvão Calado, José Luís Sepúlveda, José Maria Carneiro, Maurício Carvalho, desenho de luz: Eduardo Faria
Bilheteira uma hora antes, no local do espetáculo, 5,00€ Inteiros, 3,75€ c/ desconto (estudantes, menores de 25 anos, reformados, maiores de 65 anos, desempregados, pessoas portadoras de deficiência, grupos de mais de 8 pessoas), 2,50€ sócios do Varazim teatro
Mais informações ou reservas através dos telefones 916439009, 912420129 ou vt@varazimteatro.org

03 janeiro 2013

A Nau Catrineta


Lá vem a nau Catrineta
Que tem muito que contar!
Ouvide, agora, senhores,
Uma história de pasmar.

Passava mais de ano e dia
Que iam na volta do mar,
Já não tinham que comer,
Já não tinham que manjar.
Deitaram sola de molho
Para o outro dia jantar;
Mas a sola era tão rija,
Que a não puderam tragar.
Deitaram sortes à ventura
Qual se havia de matar;
Logo foi cair a sorte
No capitão general.
 «Sobe, sobe, marujinho,
Àquele mastro real,
Vê se vês terras de Espanha,
As praias de Portugal.»
 «Não vejo terras d'Espanha,
Nem praias de Portugal;
Vejo sete espadas nuas
Que estão para te matar.»
 «Acima, acima, gajeiro,
Acima ao tope real!
Olha se enxergas Espanha,
Areias de Portugal.»
 «Alvíssaras, capitão,
Meu capitão general!
Já vejo terra de Espanha,
Areias de Portugal.
Mais enxergo três meninas
Debaixo de um laranjal:
Uma sentada a coser,
Outra na roca a fiar,
A mais formosa de todas
Está no meio a chorar.»
 «Todas três são minhas filhas,
Oh! quem mas dera abraçar!
A mais formosa de todas
Contigo a hei-de casar.»
 «A vossa filha não quero,
Que vos custou a criar.»
 «Dar-te-ei tanto dinheiro
Que o não possas contar.»
 «Não quero o vosso dinheiro,
Pois vos custou a ganhar.»
 «Dou-te o meu cavalo branco,
Que nunca houve outro igual.»
 «Guardai o vosso cavalo,
Que vos custou a ensinar.»
 «Dar-te-ei a nau Catrineta,
Para nela navegar.»
 «Não quero a nau Catrineta,
Que a não sei governar.»
 «Que queres tu, meu gajeiro,
Que alvíssaras te hei-de dar?»
 «Capitão, quero a tua alma
Para comigo a levar.»
 «Renego de ti, demónio,
Que me estavas a atentar!
A minha alma é só de Deus;
O corpo dou eu ao mar.»

Tomou-o um anjo nos braços,
Não o deixou afogar.
Deu um estouro o demónio,
Acalmaram vento e mar;
E à noite a nau Catrineta
Estava em terra a varar.

Romance tradicional português
Versão recolhida por Almeida Garrett